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O que fazer em caso de queimadura na pele?

Seja qual for o grau da queimadura, a recomendação médica é evitar misturas caseiras

As queimaduras estão entre os acidentes domésticos mais comuns. Todos os anos, um milhão de pessoas são vítimas das queimaduras, sendo que as crianças são as que mais sofrem com o problema: esta é a segunda maior causa de morte entre crianças de um a quatro anos de idade. Dessa forma, é fundamental entender o que são as queimaduras e o que fazer quando esse tipo de acidente ocorre. “Primeiro, é importante entender que nem toda queimadura é igual. Queimaduras de 1º grau, por exemplo, são mais superficiais, pois envolvem apenas a epiderme e caracterizam-se por vermelhidão e dor sem bolhas, sendo que geralmente não deixam sequelas. Já as queimaduras de 2º grau chegam até a derme, podendo até destruí-la completamente. Caso só atinjam a porção mais superficial da derme, os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau, mas com o aparecimento de bolhas”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Mas quando a queimadura de 2º grau é muito profunda é preciso maior atenção, pois o caso é grave e se assemelha a queimadura de 3º grau, que, além de acometer toda a derme, atinge também os tecidos subcutâneos, destruindo nervos, pelos, glândulas sudoríparas e até mesmo músculos. O resultado são lesões acinzentadas, indolores, secas e deformadas. Esses são os tipos mais graves de queimaduras e, dependendo de sua gravidade e extensão, podem causar até mesmo morte”.

Como proceder no caso de queimaduras?

Seja qual for o grau da queimadura, o primeiro cuidado que se deve ter é interromper o contato da pele com a causa do problema. Em seguida, caso trate-se de uma queimadura leve, ou seja, superficiais de 1º ou 2º grau, a melhor conduta é resfriar as lesões com o auxílio de água corrente ou panos umedecidos. “Com isso, além de diminuir a dor, você cortará o calor residual que pode continuar a causar danos mesmo após a interrupção do contato com o agente causador, além de também diminuir a dor. Evite nesse momento qualquer tipo de receita caseira para amenizar a lesão, como aplicação de creme dental ou manteiga, pois essas substâncias não ajudam no tratamento e ainda podem dificultar a cicatrização e causar infecções”, alerta a dermatologista.
Além disso, é fundamental que você consulte um médico o mais rápido possível para evitar o agravamento da lesão.

É muito importante que nenhum tipo de remédio seja administrado até o momento do atendimento médico, já que apenas ele poderá indicar o tratamento correto de acordo com o grau e a gravidade da queimadura. “Geralmente, o tratamento das queimaduras inicia-se com a limpeza do ferimento e a aplicação de um creme antibiótico para evitar infecções. Em casos mais leves, o médico poderá aplicar também medicamentos tópicos calmantes e recomendar o uso de hidratantes tópicos para dar fim à desidratação que a queimadura causa no tecido”, destaca a Dra. Claudia. Já em casos mais graves, cirurgias de enxertia de pele são necessárias na maior parte das vezes. “Esse procedimento consiste na cobertura da área lesionada com pele saudável retirada de outra pare do corpo, geralmente da coxa”, afirma o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e mestre em Cirurgia Plástica pela UNIFESP. Após a cirurgia, o uso de malhas compressivas é recomendado para que a pele possa se regenerar com menos cicatrizes.

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