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O que a medicina diz sobre cosméticos veganos?

O conceito de beleza vegana, com seus produtos sem ingredientes de origem animal, não é mais uma novidade e nem está mais restrito a um nicho específico de consumidores. Com cada vez mais pessoas atentas ao compromisso com o planeta e com o bem-estar animal, é razoável entender porquê este mercado está projetado para chegar a mais de 20 bilhões de dólares em 2027.

Mas, será que cosméticos veganos, naturais ou cruelty-free são melhores para a saúde e beleza da pele e dos cabelos? Será que, só por essas características, seus consumidores estão livres de alergias, efeitos rebote e outros perigos?

Para a Dra. Letícia Nanci, médica do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é preciso levar em conta que “os cosméticos veganos não têm uma atuação melhor que os demais”. Existe um marketing que fortalece a ideia de que os produtos veganos não causam irritações ou alergias na pele, mas isso não se aplica na prática, uma vez que existe a indicação correta para cada tipo de pele e de paciente.” Ou seja, o critério primário para a utilização deste ou daquele produto ainda deve respeitar o tipo de pele de cada pessoa.

Usar um cosmético não apropriado, mesmo que ele seja natural, pode trazer complicações. Só porque é natural não quer dizer que não seja inofensivo. Um produto vegano significa que não há elementos derivados de animais, mas não significa automaticamente que é uma boa opção de cuidado. Ele pode conter muitos produtos químicos, além dos óleos essenciais, que podem ser irritantes e acabam agravando a condição do paciente ou consumidor.

Existe uma gama de dermocosméticos não testados em animais, porque seus ativos já foram testados no passado e se mostraram seguros e eficientes. No entanto, é pouco provável que surjam novos ativos eficazes sem testes de segurança, pois os riscos de provocarem graves efeitos colaterais são altos.

Medicina aberta às novas tendências

Nos consultórios dermatológicos, tem sido cada vez maior o número de pacientes que desejam cuidar de sua pele e de sua saúde com a certeza de que estão fazendo isso de uma maneira que atenda aos seus valores ambientais. Para responder a essa demanda com ciência e confiabilidade, os estudos sobre o impacto do veganismo na medicina vêm aumentando a cada ano e a comunidade médica tem procurado se adequar a essa nova realidade com responsabilidade, fornecendo uma visão honesta e útil sobre as vantagens, mitos e desafios desses produtos.

Embora não existam evidências científicas de que o uso desses cosméticos traz maiores benefícios nos cuidados com a pele ou cabelos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia ressalta que é importante que o profissional conheça o que o mercado tem a oferece, para que exista um alinhamento entre o tratamento prescrito e a expectativa do paciente. E aqui, é perfeitamente possível incluir uma adequação, por exemplo, a um cosmético que não tenha sido testado em animais – mesmo porque, ao que tudo indica, esse estilo de vida veio de vez para ficar.

Fontes: BH | Forbes | Forbes | Peraza Dermatology Group

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