Como a produção de cosméticos afeta o meio ambiente

Produtos de higiene e beleza fazem parte das nossas vidas e nos auxiliam em nosso autocuidado e bem estar. O Brasil, por exemplo, é o quarto país no ranking de maiores consumidores de cosméticos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). No entanto, estudos apontam que a utilização desses produtos está fazendo muito mal ao planeta.

A indústria de cosméticos utiliza mais de 10 mil substâncias químicas em seus processos de produção, que são denominadas de POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes). Como o próprio nome diz, esses poluentes são altamente resistentes à degradação, permanecendo no meio ambiente por muito tempo, podendo até mesmo serem absorvidos por animais e, posteriormente, pelo corpo humano.

Exemplo disso são as microesferas, compostas por pequenos pedaços de plástico, que são muito utilizadas em esfoliantes, pastas de dente e géis para banho. Quando escoam pelos ralos, esses resíduos acabam chegando aos rios e oceanos onde são ingeridos por animais, causando asfixia, intoxicação e lesões aos seus órgãos internos.

Em um esforço para reduzir o impacto ambiental, o governo do Reino Unido chegou a proibir a utilização de microesferas nos seus produtos, forçando a indústria de cosméticos a buscar alternativas.

Vale mencionar que a utilização de embalagens plásticas só agrava o problema. De acordo com a The Green Alliance, organização ambiental inglesa, cerca de 12,2 milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam aos oceanos todos os anos. Muitas delas são artigos de higiene e maquiagem, que acabam não sendo descartados da maneira correta.

Novos caminhos da indústria

Como maneira de reduzir seu impacto ambiental, recentemente, grandes nomes da indústria mundial de cosméticos aderiram ao consórcio EcoBeauty Score, que propõe criar um ranking ambiental para produtos cosméticos válido mundialmente e que deve ter seu protótipo lançado até o fim de 2022. Algumas das participantes são a Unilever, P&G, L’Oréal, Johnson & Johnson, Natura & Co, Colgate-Palmolive e Estée Lauder.

Outro conceito cada vez mais disseminado é o da slow beauty, que propõe um autocuidado baseado na sustentabilidade ambiental, com a utilização de menos produtos e preferência a opções naturais ou menos industrializadas. De olho nessa tendência, cada vez mais empresas têm lançado linhas eco-friendlies.

Dicas sustentáveis

Os consumidores podem fazer uma grande diferença no meio ambiente realizando pequenas mudanças em suas rotinas de beleza. Confira algumas dicas:

Evitando o desperdício: use o que você tem
Um dos primeiros passos para tornar a rotina de beleza mais ecológica é usar tudo o que você tem antes de comprar um substituto. Se há algo que você não pode utilizar, busque uma forma de encaminhar a outra pessoa, ou faça o descarte correto.

Compre produtos eco-friendly
Dê sempre preferência às marcas sustentáveis, que adotem práticas como o apoio aos direitos animais e a baixa utilização de conservantes. Dessa forma, você incentiva essas iniciativas e contribui com o meio ambiente.

Consuma menos sempre que possível
Como diz o velho ditado: menos é mais. Diminuir a utilização de alguns produtos de beleza aumenta a sua durabilidade e torna o seu consumo mais consciente. Além disso, na hora de substituir o produto, busque por opções que desempenham duas funções como, por exemplo, um sabonete de corpo que também possa ser aplicado no rosto, ou um blush que também possa ser usado nos lábios.

Fique de olho na embalagem
Sempre prefira produtos com embalagens eco-friendly, alternativas em refil ou que não utilizam embalagens, como shampoos em barra, que são uma ótima alternativa.

Evite esfoliantes com microesferas e glitter
Evite produtos de higiene que apresentam microesferas ou glitter em sua composição, pois esses componentes não são biodegradáveis. No caso dos esfoliantes, as microesferas podem ser substituídas por ingredientes naturais como bicarbonato de sódio ou aveia.

Procure opções reutilizáveis ou biodegradáveis
Dê preferência a itens de higiene reutilizáveis ou biodegradáveis. Por exemplo, ao invés de lâminas descartáveis, escolha opções feitas de aço inoxidável. Cotonetes também podem ser trocados por opções biodegradáveis, feitas de papelão.

Conheça o Programa Beleza Verde e incentive o salão que você frequenta a fazer parte dele!

O Programa Beleza Verde atua para o fortalecimento da economia circular, viabilizando a destinação correta dos resíduos gerados nesses estabelecimentos. Além disso, a iniciativa busca conscientizar ainda mais os profissionais que lá trabalham, oferecendo treinamentos sobre redução de custos, gestão do consumo de energia, recursos hídricos e produtos. Demais, né!?

Esperamos que essas dicas permitam adotar práticas mais sustentáveis no seu autocuidado. Sabemos que mudar hábitos pode ser difícil, mas um bom caminho é sempre avaliar como está o seu consumo de cosméticos e se os produtos que você utiliza são ecologicamente corretos. Dessa forma, você garante o seu bem-estar e a preservação do meio ambiente.

Fontes: Politize | BBC News | Green Me | Brazil Beauty News | Vogue

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